domingo, 31 de julho de 2011

Vem por aí...

Vem por aí:  Re.sumindo, Re.lendo, En.trevista, Re.ouvindo, Per.fil, Notí.cias, Poe.sias & Borbo.letas, Borbo.leto.grama e muito mais!

Re.ouvindo - Construção

Peço desculpas aos meus leitores fãs de Renato Russo, mas o Re.ouvindo de hoje não será mas Eduardo e Mônica, como eu tinha planejado. Apesar de eu gostar muito desta música, optei por Construção, de Chico Buarque, por ser extremamente complexa, por sua letra, seu sentido, seu significado (principalmente por causa da época em que Chico Buarque a escreveu) e até sua melodia. Nada contra Eduardo e Mônica, claro. 
Construção, como vocês podem perceber, termina cada frase com uma palavra proparoxítona  (última, único, tímido etc.), contando a vida de um homem, pai de família, construtor e em plena ditadura militar (se interpretei certo). Desde que o homem vai trabalhar, até sua morte, no tráfego: "Morreu na contramão atrapalhando o tráfego/Morreu na contramão atrapalhando o público/Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado". Depois repete a história, porém, trocando algumas palavras. Termina com um conjunto de vozes (ouvir música) falando (reclamando!) sobre a militância, a falta de liberdade (na minha interpretação, claro) etc. : "Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir... ". Aproveitem!
Construção
Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague

Curiosidades sobre a música:  “Construção” foi composta por Chico Buarque em 1971, em pleno regime ditatorial brasileiro. Se quer curtir mais entre em: http://letrasdespidas.wordpress.com/2007/07/12/chico-buarque-construcao/#comment-2990

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Novi.dade

O Re.leituras está tentando conseguir uma entrevista com um escritor leopondense! Mais um pouco e teremos a primeira entre.vista do blog!

Cal.vin & Ha.rol.do

Diretamente das tiras de Bill Watterson, Calvin & Haroldo aparecerão frequentemente aqui no blog. Já sendo meus quadrinhos favoritos (repartindo o lugar com Garfield ), este garotinho e seu tigre divertem qualquer pessoa, de qualquer idade. Suas tiras estarão sempre presentes aqui (as de Garfield também), aproveitem!

   
Desculpem mas não consegui pegar as tirar que realmente tinha escolhido, então copiei estas do blog http://depositodocalvin.blogspot.com/

Poe.sias & Bor.bole.tas

PASSA UMA BORBOLETA …

Passa uma borboleta
Por diante de mim
E pela primeira vez
No Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor
Nem movimento,
Assim como as flores
Não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor
Nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta
O movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume
No perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.

Fernando Pessoa
 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Per.fil - Lemony Snicket


Sob pseudonimo de Lemony Snicket, Daniel Handler escreveu a famosa série "Desventuras em Série". Descubra mais sobre ele no Per.fil abaixo:

Nome: Daniel Handler, sob pseudonimo de Lemony Snicket
Data de nascimento: 28 de Fevereiro de 1970
Local de nascimento: San Francisco, Califórnia, EUA
Estado civil: Casado, com Lisa Brown
Profissão atual: Escritor
Escreveu: 19 livros sob esse pseudonimo
Por falta de informações maiores informações, pulemos para as fotos:
       

25 de julho - Dia do escritor brasileiro

Estamos, sim, um pouco atrasados. Mas nunca é tarde para comemorar essa data tão bem merecida por nosso queridos escritores (a).
O surgimento do dia se deu a partir da década de 60, através de João Peregrino Júnior e Jorge Amado, quando realizaram o I Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores, em que os dois eram presidente e vice-presidente, respectivamente. Posto aqui, apenas uma pequena homenagem, em relação ao quanto eles merecem por nos oferecerem ótimas e prazerosas leituras.

Minha homenagem é um pouco diferente: escrevi o nome de alguns dos meus escritores brasileiros favoritos, e, com eles alguns trechos de suas obras. Aproveitem!

Thalita Rebouças: Carioca, nascida em 1974  já escreveu doze livros sendo eles Fala sério mãe, Fala sério pai, Fala sério amiga, Fala sério Professor, Fala sério amor, Tudo por um pop star, Tudo por um namorado, Tudo por um feriado, Traição entre amigas, Uma fada veio me visitar, Ele disse ela disse e Era uma vez minha primeira vez. Trecho: "A primeira a ceder fui eu ( Malu falando sobre a madrasta ). Um mês depois do tal almoço, resolvi visitar meu pai e fazer um agrado nele. Fui ao banheiro e... eis a primeira suspresa: a pia não tinha cabelos caídos, perfumes ocupavamo lugar que antes era da lâmina de barbear e da saboneteira e da saboneira de plástico e o papel higiênico era uma passagem para o paraíso. -Eu amo a Madame Silicone!" Fala sério pai

Luis Fernando Verissimo: Escritor, jornalista, humorista e crônista brasileiro, Luis Fernando Verissimo ( filho de Erico Verissimo) nasceu em 1936 e escreveu mais ou menos 90 livros de crônicas, contos, novelas, romances,cartuns entre outros. Um belo Trecho é uma de suas crônicas, claro, como a "Desabafo de um bom marido", que já postei.

Fernando Sabino: Considerado o melhor cronista brasileiro (infelizmente e com minhas desculpas, não por mim) este belo horizontino nasceu em 1923 escreveu 50 livros de crônicas, além dos inumeros policias muito elogiados.  Trecho: "Ao dar entrada em sua nova residência, Geraldo Viramundo foi levado diretamente ao gabinete do diretor, um velhinho de cabeça branca e olhos azuis que atendia pelo nome de Dr. Pantaleão.
- Você o que é, meu filho? – perguntou o Dr. Pantaleão.
- Sou cristão pela graça de Deus – respondeu Viramundo.
- Isso! Assim é que serve. Esse pelo menos fala. Cada doido com sua mania. De médico e louco todos temos um pouco. Eu estou perguntando qual é a sua encarnação.
Antes que Viramundo pensasse em responder, Dr. Pantaleão disparava a falar , muito depressinha: " O grande Mentecapto.

Espero que tenham gostado, e que fiquem com " gostinho de quero mais", conhecendo mais das obras dos autores.

Re.ouvindo

Letras de música podem render uma boa leitura. Re.ouvindo:

Hey, Soul Sister

Hey, hey, hey

Your lipstick stains
On the front lobe of my left side brains
I knew I wouldn't forget you
And so I went and let you blow my mind

Your sweet moonbeam
The smell of you in every single dream I dream
I knew when we collided
You're the one I have decided who's one of my kind

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister on the radio stereo
The way you move ain't fair, you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss a single thing you do
Tonight

Hey, hey, hey

Just in time, I'm so glad
You have a one track mind like me
You gave my life direction
A game show love connection
We can't deny

I'm so obsessed
My heart is bound to beat
Right out my untrimmed chest
I believe in you
Like a virgin, you're Madonna
And I'm always gonna wanna blow your mind

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister on the radio stereo
The way you move ain't fair, you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss a single thing you do
Tonight

The way you can cut a rug
Watching you're the only drug I need
You're so gangsta, I'm so thug
You're the only one I'm dreaming of you, see

I can be myself now finally
In fact there's nothing I can't be
I want the world to see you be
With me

Hey, soul sister
Ain't that Mr. Mister on the radio stereo
The way you move ain't fair, you know

Hey, soul sister
I don't wanna miss a single thing you do
Tonight

Hey, soul sister
I don't wanna miss a single thing you do
Tonight

Hey, hey, hey
Tonight
Hey, hey, hey
Tonight

Ei, Alma Gêmea

Ei, ei, ei

As manchas do seu batom
No lóbulo frontal do hemisfério esquerdo do meu cérebro
Eu sabia que não ia te esquecer
Então eu deixei você pirar a minha cabeça

O seu doce luar
O seu cheiro em cada sonho que eu tenho
Eu soube quando nós nos encontramos
Foi você quem eu decidi que fazia o meu tipo.

Ei, alma gêmea
Aquele não é o Mr. Mister no rádio, stereo
O jeito como você se mexe não é justo, sabe

Ei, alma gêmea
Eu não quero perder nada que você faça
Essa noite

Ei, ei, ei

Bem na hora, estou tão contente
Você tem uma linha de pensamento como a minha.
Você deu direção à minha vida
Uma conexão amorosa de programas de televisão
Não podemos negar

Estou tão obcecado
O meu coração está prestes a bater
Para fora do meu peito
Eu acredito em você.
Como uma virgem, você é Madonna
E eu sempre vou querer pirar a sua cabeça

Ei, alma gêmea
Aquele não é o Mr. Mister no rádio, stereo
O jeito como você se mexe não é justo, sabe

Ei, alma gêmea
Eu não quero perder nada que você faça
Essa noite

O jeito como você dança
Assistir a você é a única droga de que preciso
Você é tão gangster, eu sou tão um mano
Você é a única, eu estou sonhando com você, veja

Eu posso finalmente ser eu mesmo agora
Na verdade, não há nada que eu não possa ser
Eu quero que o mundo veja você ficar
Comigo

Ei, alma gêmea
Aquele não é o Mr. Mister no rádio stereo
O jeito como você se mexe não é justo, sabe

Ei, alma gêmea
Eu não quero perder nada que você faça
Essa noite

Ei, alma gêmea
Eu não quero perder nada que você faça
Essa noite

Ei, ei, ei
Essa noite
Ei, ei, ei
Essa noite

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Re.lendo

O nosso primeiro Re.lendo é uma crônica. Com vocês:

                              DESABAFO DE UM BOM MARIDO

Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras.
Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: ‘Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar’.
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Eu me casei com a ‘Sra. Certa’. Só não sabia que o primeiro nome dela era ‘Sempre’.
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: ‘O que tem na TV?’ E eu disse ‘Poeira’.
No começo Deus criou o mundo e descansou.
Então, Ele criou o homem e descansou.
Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.
Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim.
Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.
‘- Quando você terminar de cortar a grama,’ eu disse, ‘você pode também varrer a calçada.’
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida’.
‘O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido…’
Luís Fernando Veríssimo